Dalton Vigh tem muito em comum com personagem

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O ator diz que tem personalidade parecida com a do gentil e doce chef de cozinha de 'Fina Estampa' Soraia Gama

Dalton Vigh é tranquilão como René Velmont, em "Fina Estampa", mas é provável que, se Tereza Cristina (personagem de Christiane Torloni na trama de Aguinaldo Silva) fosse sua mulher na vida real, ele não aguentaria tanto: "Não sou do tipo explosivo, mas o meu pavio é um pouco mais curto que o dele", diz, bem-humorado.

Aos 47 anos e com os cabelos grisalhos, que o deixam muito charmoso, o ator curte a boa fase na TV e na vida pessoal – o casamento com a atriz Camila Czerkes deve acontecer no ano que vem.

Nascido no Rio de Janeiro, morador da cidade de Santos e depois de São Paulo, nos últimos 15 anos ele se divide entre a Cidade Maravilhosa e a Terra da Garoa. "Sempre que posso vou a São Paulo. Não só para ver a Camila, mas a minha mãe e minha família também, que são de lá."

A paixão pela cidade é grande. Tanto que Dalton e Camila devem morar por aqui quando se casarem. "Nem sei dizer o que mais gosto em São Paulo. Há muitas opções para sair, o ritmo de vida  é intenso... É tudo muito bom."

Fã de churrasco, como a maioria dos paulistanos, Dalton está longe de elaborar pratos sofisticados como seu personagem. "Gosto mais de comer do que de fazer. Mas sempre que vou a São Paulo fico churrasqueira. O gostoso mesmo é reunir as pessoas, o evento em si", explica o ator, que mora em um apartamento no bairro dos Jardins. "Mas tem espaço para uma churrasqueira, sim", garante.

Os Renés da vida real
E se as mulheres estão desanimadas porque homem do  tipo calmo, carinhoso, atencioso e educado como René está escasso no mercado, já podem mudar de ideia. "As pessoas me param na rua para dizer: 'nossa, conheço um cara igual ao René, que também tem uma esposa que não o deixa em paz!'", conta, aos risos. "Acho que tem muitos Renés por aí, sim."

Ao pensar nas características em comum com seu personagem, Dalton destaca que não é do tipo explosivo e diz que acredita nos mesmos valores, como por exemplo o modo de tratar as pessoas. "Acho muito interessante o Aguinaldo (Silva, autor da novela) ter abordado esse assunto sobre essência e aparência. Hoje em dia as pessoas não estão preocupadas com o caráter. Os valores do mundo estão muito mudados", lamenta. Christiane Torloni, sua parceira na novela, também acha que a aparência e os bens financeiros têm sido mais importantes: "Caso contrário, não estaríamos vendo tanto desmatamento na floresta amazônica por dinheiro e poder. Nem mesmo uma novela como 'Fina Estampa'. O Aguinaldo não escreveu essa história, com esse tema central, a troco de nada. Nem faria tanto sucesso se a questão não estivesse em voga", defende a atriz.
Quanto à parceria, ela é só elogios ao colega: "É ótimo gravar com o Dalton. Ele é superdivertido, brincalhão, está sempre de bom humor. E, ao mesmo tempo, é um homem calmo, sereno, que passa muita tranquilidade no set."

Sem torcida pronta, Dalton não aposta no fim do amor de René por Tereza Cristina: "Não sei se o amor dele está por um fio, mas sua paciência com ela está, com certeza." Quanto à perdoar o que ela fez (na semana passada ela matou o mafioso), a questão é complicada: "Isso só o Aguinaldo pode dizer. Se ele achar que o Renê deve perdoar Tereza Cristina por tudo o que ela fez, é porque o Aguinaldo tem um motivo para isso. Eu procuro não questionar a atitude dos meus personagens. Mas, no caso dela, de psicopatia e assassinato, é fundamental ter bom-senso e senso de justiça para que a pessoa responda pelo o que fez", defende.